O CETRAD é simultaneamente jovem e velho. Velho, pois a sua (pré)história está ligada à do Departamento (ver abaixo seis notas históricas sobre o DESG). Jovem, pois foi fundado a 2 de Maio de 2002. Tal decisão foi aprovada em Assembleia do Departamento.
1. Pré-história do CETRAD: da investigação ao tempo do ICETA
Ao tempo do enquadramento no Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares (centro financiado pela FCT), os investigadores do Departamento de Economia e Sociologia (DES) não se encontravam organizados num grupo ou qualquer outra unidade. A pesquisa efectuava-se, fundamentalmente, através do Departamento de Economia e Sociologia (DES) e da integração em equipas de projectos.
Entre estes destaque-se o Projecto “Design Methods for Endogenous Regional Development”, financiado pela DG VI da União Europeia e coordenado pela Universidade de Wageningen (1991-1995), que congregou uma vasta equipa interdisciplinar do DES. É mister referir ainda que a instalação — no DES, em 1982 —, da Unidade de Avaliação do Projecto de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-os-Montes abriu caminho à realização de variados estudos de cariz socioeconómico e impulsionou decisivamente a dinâmica e a orientação da investigação no DES.
2. Um primeiro ciclo (2002-2004)
A extinção do ICETA conduziu à criação de várias unidades autónomas de investigação, entre as quais o Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento. No seu primeiro ciclo de actividades, entre 2002 e 2004, foi estabelecida a designação do Centro, definidas as suas áreas temáticas de trabalho e aprovados os seus estatutos. As referidas áreas foram: (1) Economia, Estado e Políticas; (2) Território, Sociedade e Recursos para o Desenvolvimento; e (3) Empresas, Finanças e Dinâmicas Organizacionais. Foi também eleito o seu primeiro Director (Artur Cristóvão) e nomeados os responsáveis das citadas áreas (João Rebelo, Manuela Ribeiro e Chris Gerry). O CETRAD estabeleceu a sua imagem gráfica, que passou a ser usada nos seus eventos e iniciativas.
3. A fase 2004-2006
No período 2004-2006 surge nova Direcção do CETRAD (José Portela, João Rebelo e Lívia Madureira). A eleição do Director do CETRAD ocorreu a 12. 2. 2004 e no início do mês seguinte J. Rebelo e L. Madureira assumiam os cargos de Directores-adjuntos.
Para lá da investigação realizada no âmbito de vários estudos e projectos, procedeu-se à primeira revisão do regulamento interno; iniciou-se o processo de constituição duma mediateca; equacionou-se a questão da produção e manutenção da página web; a 5.5.2004 nasceu o Notícias da Quarta, um boletim electrónico interno, semanal; realizaram-se os quatro primeiros ciclos do Seminário Permanente para a Investigação e Desenvolvimento (SPID); e promoveu-se um curso de formação em estatística multivariada/SPSS.
No período 2004/2006 o CETRAD organizou dois grandes eventos científicos:
a) 6th European Symposium on Farming Systems — Research and Development, Vila Real, 4-8 de Abril de 2004
b) “Sociedade e Floresta em Portugal, 2006 o que (não) sabemos”, em parceria com a Associação Portuguesa de Sociologia, Vila Real, 9 - 11 de Abril de 2006.
4. A fase 2006-2009
Em meados de 2006, Lívia Madureira foi eleita Directora do CETRAD para um mandato de três anos, tendo seguidamente designado como Directores-Adjuntos Mário Sérgio Teixeira e José Portela. Iniciou-se então um trabalho de planeamento estratégico, tendo particularmente em vista o novo ciclo de avaliação e financiamento plurianual da FCT, que então se avizinhava (2007-10). Entre outras acções, fizeram-se ajustamentos nas Áreas Temáticas, que passaram a ser assim designadas: (1) Globalização, Estado e Políticas; (2) Inovação, Organizações e Mercados; e (3) Sociedade, Território e Recursos. Os Investigadores Responsáveis passaram a ser respectivamente Manuela Ribeiro, José Portela e Artur Cristóvão. A Direcção mais estes investigadores e os seus "vices" passaram a constituir a designada Comissão Executiva.
Iniciaram-se ainda conversações com outros centros de estudos com os quais o CETRAD tem realizado trabalhos conjuntos, com vista a consolidar as complementaridades e sinergias existentes, bem como a desenvolver uma estratégia de I&D comum. Tais conversações resultaram na assinatura de dois documentos (protocolo entre CETRAD e UBI_CES e carta-memorandum entre CETRAD e CEGE_UCP-P), nos quais se reafirma claramente o propósito de desenvolver uma forma mais institucionalizada de colaboração em termos de I&D.
Em Maio de 2007, o Conselho Científico do CETRAD mandatou Chris Gerry no papel de Coordenador Científico do CETRAD tendo em vista a formulação da candidatura a submeter ao processo de Avaliação de Unidades de Investigação da FCT para o período 2008-2011.
5. Avaliação e validação da FCT: 2009-2014
No fim de 2008, a FCT publicou a sua avaliação da performance dos seus centros de investigação para o período 2005-2007. O CETRAD recebeu uma avaliação de "bom", proporcionando ao Centro pela primeira vez financiamento plurianual da FCT.
Em fevereiro de 2009, Chris Gerry foi eleito Diretor do CETRAD e nomeou Francisco Diniz e Alberto Baptista como seus Diretores-Adjuntos. Em 2013, Chris Gerry foi reeleito e convidou Alberto Baptista e Ana Alexandra Marta-Costa para desempenhar as funções de Diretores-Adjuntos. O principal desafio da nova Direção consistiu em preparar o projeto estratégico do Centro para o período 2015-2020 para ser submetido à avaliação da FCT em dezembro do mesmo ano.
6. Avaliação e validação da FCT: 2015-2020
Em junho de 2014, o referido projeto passou com sucesso à segunda fase do processo de avaliação e, em outubro, o CETRAD recebeu a visita do Painel de Avaliação da FCT. Em dezembro de 2014, o Centro recebeu a avaliação de “muito bom” no seu projeto estratégico definido para o período 2015-2020, proporcionando ao Centro o financiamento plurianual da FCT de 75000 Euros por ano.
Em março de 2017, Timothy Koehnen foi eleito Diretor do CETRAD e nomeou Ana Alexandra Marta-Costa e Manuel Luis Tibério como seus Diretores-Adjuntos. O principal desafio da nova Direção consistiu na preparação do projeto estratégico do Centro para o período 2018-2022 a ser submetido à avaliação da FCT em 2018.
O DEPARTAMENTO DE ACOLHIMENTO DO CETRAD: O DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, SOCIOLOGIA E GESTÃO (DESG)
DESG: SEIS NOTAS HISTÓRICAS
1. O Departamento foi criado em 1976, com 4 docentes, corpo este que se manteve até meados da década de 80. Do núcleo inicial há hoje apenas um elemento. Nos 25 anos subsequentes, o corpo docente tornou-se 10 vezes maior, contando então com cerca de 43 membro, 20 dos quais mulheres. O DESG faz parte dos departamentos “históricos” da UTAD, foi o primeiro a dotar-se com um regulamento próprio e tem tradição de gestão participada.
2. Em 1982, entre os membros do DESG, regista-se o primeiro título de pós-graduação: o grau de Mestre no Institute of Social Studies (Haia). As primeiras provas de aptidão pedagógica e capacidade científica de um outro membro têm lugar na UTAD em 1984 e a obtenção do primeiro grau de Doutor ocorre em 1986 (Wisconsin University).
3. Nos primeiros 10 anos de vida do DESG, a formação dos seus docentes decorre sobretudo de acordos e programas de cooperação entre o IPVR (e depois o IUTAD e a UTAD) e os governos holandês (NUFFIC), alemão (DAAD) e americano (AID e Programa Fullbright). Quase todos os docentes que, por então, constituíam o departamento participaram em cursos de mestrado, de doutoramento e cursos de outro tipo em instituições daqueles países.
4. Inicialmente, a actividade docente só tem lugar no quadro dos cursos de cariz agrário da UTAD (Produção/Engª Agrícola, Produção/ Engª Zootécnica e Produção/Engª Florestal). Em 1983/84, a amplitude da docência alargou-se muito, por força do arranque dos “Preparatórios de Economia”, ou sejam os dois primeiros anos da licenciatura, criados ao abrigo de um Convénio com a Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Este convénio cessa no ano lectivo de 1996/97, com a criação na UTAD, da licenciatura completa em Economia. Em 1988/89, inicia-se a licenciatura em Gestão Agrária, que é substituída em 2000/2001 pela de Gestão.
5. O primeiro curso de Mestrado da UTAD, designado por “Extensão e Desenvolvimento Rural”, foi criado em 1988. Decorreu de proposta do então DES e foi financiado pela FLAD, por um período de quatro anos. Realizaram-se três ciclos e este curso pioneiro deu origem ao Mestrado em “Instrumentos e Técnicas de Apoio ao Desenvolvimento Rural” (dois ciclos) e, posteriormente, ao “Mestrado Internacional em Gestão do Desenvolvimento Rural”. Tratou-se duma iniciativa conjunta com a Faculdade de Ciências Económicas e o Instituto Universitário de Estudos e Desenvolvimento da Galiza (IDEGA), da Universidade de Santiago de Compostela (dois ciclos). Mais recentemente, nesta área, o DESG tem oferecido o Mestrado em “Desenvolvimento Local: Territórios, Sociedade e Cidadania”, do qual se realizaram já dois ciclos. No total, estes Mestrados envolveram mais de 200 alunos, de Portugal e outros países, e deram origem a cerca de 100 teses, contributos notórios para o esforço de investigação do DESG no domínio do desenvolvimento, muito em particular em temáticas ligadas ao conhecimento das dinâmicas de transformação das explorações agrícolas, do território e da sociedade rural do interior norte de Portugal. No geral, as análises dos processos de desenvolvimento incluem as dimensões social, económica, política e tecnológica.
6. Desde o início do século XXI, o DESG tem ampliado significativamente a sua oferta formativa ao nível pós-graduado: em 2000, o Mestrado em Gestão foi lançado, consolidou-se rapidamente, e agora contempla uma versão intensiva para candidatos matriculados no âmbito do convênio celebrado entre a UTAD e várias universidades brasileiras. Em 2004, o Mestrado em "Economia das Organizações" foi iniciado e, no ano seguinte, em colaboração com a Escola de Enfermagem de Vila Real (agora plenamente integrada na UTAD), um Diploma de Estudos Pós-graduados e, logo a seguir (em 2006), um Mestrado em "Gestão de Serviços de Saúde" foram lançados. Também em 2006, Mestrados em Turismo e em Empreendedorismo acolheram os seus primeiros alunos. Após adequação de todos os seus cursos em conformidade com Processo de Bolonha da UE, o DESG completou a sua matriz de cursos de 1º, 2º e 3º ciclo, criando cursos de doutoramento em Gestão e em Economia. Em 2012, o DESG lançou o seu Mestrado em Serviço Social. Em 2016 abriu o seu programa de doutoramento em Desenvolvimento, Sociedades e Território e, em 2018, em associação com a Universidade de Évora, o curso de doutoramento em Agronegócios e Sustentabilidade.