No âmbito do curso de Gestão/Gestão Agroalimentar decorrerá no próximo dia 17 uma Tertúlia intitulada “Caminhos para a preservação das artes tradicionais: Cooperação entre novos e velhos atores”, que contará com a participação de representantes do Projeto Bisarro e da Arte do Linho de Agarez.
Bisarro
A palavra Bisarro nasce precisamente da essência deste projeto: Bisalhães + Barro, a olaria tradicional de Bisalhães e a matéria-prima. A olaria preta de Bisalhães é uma arte secular passada entre gerações de artesãos que se dedicam à produção e comercialização de peças utilitárias e decorativas na zona de Vila Real.
O Bisarro surge enquanto ponte de ligação entre o método artesanal e o design, entre o artesão e o designer. Muito focado no design enquanto materialização dos ideais da marca, o Bisarro pretende valorizar e dinamizar a arte da olaria preta de Bisalhães através da criação, modernização e comercialização de novas formas e conceitos em barro preto, mantendo a génese do processo de fabrico que conquistou o mundo ao ser considerado património cultural imaterial da UNESCO.
Através do Bisarro, pretendemos levar esta arte, em vias de extinção, a novos rumos e criar novas oportunidades comerciais não só à olaria de Bisalhães como aos artesãos. Neste momento, apenas existem quatro oleiros a exercer esta atividade e sem novas gerações a quem passar este conhecimento. O posicionamento do Bisarro, e consequentemente da olaria preta de Bisalhães no mercado é um dos principais focos deste projeto. Pretendemos levar o barro preto, trabalhado e produzido pelos oleiros de Bisalhães, a novos rumos. Queremos aproximá-lo a novas realidades e a diferentes culturas. Acreditamos que desta forma conseguiremos sensibilizar o mercado e os consumidores a esta arte, ao mesmo tempo mostrar as capacidades deste barro e as mais-valias face a outras cerâmicas já no mercado. Queremos contar histórias e sensibilizar os consumidores para o problema que queremos resolver, a extinção iminente desta tradição, agora património mundial. http://www.bisarro.pt/
A arte do linho de Agarez
Agarez é uma aldeia situada nas encostas do Parque Natural do Alvão. Faz parte de uma das sete maravilhas da Freguesia de Vila Marim. Uma terra com tradições. Somam-se vidas, repletas de magníficas histórias à volta do linho. Mais do que uma arte, uma forma de estar e viver o apego à terra e às suas gentes. Homens e mulheres que dedicaram toda a sua vida ao cultivo do linho.
Semeia-se, maça-se, espada-se, estriga-se, asseda-se, fia-se, ensarilha-se, cora-se… assim se produzem verdadeiras criações artísticas. As mãos são o seu principal instrumento de trabalho. O ranger do tear faz parte do quotidiano dessas mulheres obstinadas em não deixar morrer uma arte que tem séculos.
Citando Sandra Marcelino, Presidente de Junta de Vila Marim: “enquanto autarca local, tudo farei para homenagear esses homens e mulheres que dedicaram, dedicam e dedicarão a sua vida à volta de um produto de eleição. As tradições são o nosso cunho identitário. Deixá-las esmorecer, é morrer com elas.”
Em Agarez restam algumas mãos que ainda tecem nos antigos teares de madeira já gastos pelo tempo e pelo uso. São quatro as tecelãs que mantêm viva esta arte local. A quatro dão vida à tradição local de trabalhar o linho pelas próprias mãos, de processar a planta desde o cultivo à tecelagem. http://www.freguesiavilamarim.com
Parceiros do Evento: UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ;
Programa do Evento: Tertúlia na Torre de Quintela - Caminhos para a preservação das artes tradicionais: Cooperação entre novos e velhos atores