Investigadora do CETRAD conclui o seu doutoramento em Desenvolvimento, Sociedades e Territórios

2020-07-03

No passado dia 2 de julho, a doutoranda do CETRAD Susana Isabel Almeida Campos efetuou a prova de defesa da sua tese de doutoramento, intitulada “Consumer Perspective: Food claims and extra value of environmentally sustainable foodstuffs in the case of the Mediterranean Diet”. A investigadora fez parte do primeiro grupo de alunos do Doutoramento em Desenvolvimento, Sociedades e Territórios que concluíram os seus trabalhos com sucesso, sendo um exemplo inspirador de competência e empenho.

“O objetivo principal desta tese centrou-se em perceber se os consumidores estão dispostos a pagar um preço mais alto por alimentos saudáveis, quando estes são produzidos com métodos ambientalmente sustentáveis, usando a dieta mediterrânea como padrão alimentar saudável. Neste sentido efetuou-se uma revisão sistemática da literatura combinando evidências empíricas sobre os efeitos na saúde dos padrões alimentares e com os respetivos impactos ambientais. Desenvolveu-se uma meta-análise sobre atributos de credibilidade que são comunicados com alegações alimentares e aplicado um questionário internacional a consumidores franceses e alemães.

A exploração de bancos de dados, disponíveis sobre padrões alimentares ao longo do tempo e no mundo, fornece uma visão global das tendências reais do consumo (des) saudável de alimentos.

Verificou-se que existe pouco uso das alegações de saúde para alimentos frescos e com baixo processamento, que compõem a cesta da dieta mediterrânea, o que dificulta a tarefa de estabelecer um vínculo entre alegações alimentares saudáveis e ecológicas nas escolhas do consumidor. No entanto, mostrou-se que o atributo de credibilidade biológico parece estar a capturar essa ligação, provavelmente devido à dificuldade do consumidor em saber se alimentos saudáveis são produzidos de maneira sustentável. Destacou-se ainda a importância da confiança e das alegações na orientação das intenções dos consumidores de azeite extra virgem biológico, bem como a evidência de que os consumidores tendem a usar o azeite extra virgem biológico com maior frequência, se sentirem que outras pessoas o fazem.

Estes resultados poderão ser usados para influenciar os modelos de governança no sentido de interpretar o território como um sistema dinâmico e auto-organizado, a fim de operacionalizar sistemas que combinam verticalidade e horizontalidade nos processos de tomada de decisão e na execução concertada de medidas. Adicionalmente, os resultados obtidos pretendem alavancar um processo de reorganização dos territórios com o seu povo e suas respetivas especificidades, valorizando os produtos endógenos, aumentando a confiança no consumo desses produtos e revitalizando a produção biológica, como fatores de diferenciação e promoção de vida mais saudável e sustentável.”